Autores Portugueses Na Minha Estante

quarta-feira, maio 22, 2019
Olá pessoas!
Se ainda não sabias, hoje celebra-se o dia do autor português. É um dia dedicado à literatura portuguesa e a todos os autores que ajudaram a enriquecer a nossa cultura com as suas obras. Sendo eu uma amante de livros, não podia perder esta oportunidade de homenagear os nossos autores, mesmo que seja com algo tão pequeno como um artigo neste humilde blog. Sendo assim, no artigo de hoje vou partilhar os livros de autores portugueses que tenho na minha estante, aqueles que já li e gostei, aqueles que tenho uma relação de amor-ódio, aqueles que ainda estou a meio e aqueles que ainda estão por ler. Aproveitar também para contar a relação que tenho com a literatura portuguesa.  Começamos?


Eu e a literatura portuguesa temos uma relação que já foi muito complicada, mas agora estamos a chegar a bons termos. Sempre gostei de ler, desde que fui introduzida aos livros Uma Aventura na escola primária que só queria ler mais e mais. O que é curioso é que, visto que foram livros portugueses que me introduziram a esta paixão por ler, pensariam que eu teria curiosidade em continuar a ler autores portugueses, mas não poderia ter acontecido nada mais oposto. Cresci e os géneros de livros que lia expandiam-se cada vez mais, no entanto, havia sempre aqueles que não me atrevia a tocar: obras portuguesas. Não consigo explicar o porquê disto, acho que sempre tive um certo preconceito com a literatura portuguesa. Que era complicada, que era secante e aborrecida. Nomes como Eça de Queirós e Almeida Garret metiam medo e respeito. Depois de ser obrigada a estudar Os Lusíadas, este trauma apenas aumentou.


É uma obra que continuo a odiar, honestamente, não consigo ler mais do que uma estrofe sem ficar frustrada sem perceber o que realmente está acontecer, no entanto, também já li algures que para ler Os Lusíadas é necessário alguma maturidade para perceber a obra na sua íntegra, maturidade que provavelmente ainda não tenho, talvez um dia quem sabe. Toda a literatura portuguesa que a escola me obrigou a estudar, de alguma forma, conseguia sempre escapar-me de ler as obras na sua íntegra e apenas saber o essencial. Os Maias? Nunca cheguei a ler (agora admito que tenho alguma curiosidade e é por isso que roubei uma edição antiga da minha mãe). Fernando Pessoa? Nem vamos falar disso… quando fiz o meu exame nacional de português de 12º ano e vi um poema de Álvaro de Campos, estive perto de chorar e de desistir desse exame ao qual chumbei com nota oito. As peças de teatro? Talvez tenha lido as primeiras páginas e acabei por desistir.


Houve apenas uma obra portuguesa daquelas que nos obrigam a estudar que eu li na íntegra (já depois dos exames acabarem, porque não consegui acabar antes), adorei e definitivamente tenho que reler. Esse é o Memorial do Convento de José Saramago. A escrita dele não me incomodou da mesma forma como incomodou vários dos meus colegas, consegui, nem sei como, superar aqueles capítulos mais prolongados e que nada pareciam adicionar à história, e deixar-me envolver por esta história fantástica. Quis continuar a ler autores portugueses, por isso comprei Prometo Falhar de Pedro Chagas Freitas, mas não foi o ideal. Ainda não o terminei, não por não gostar, apenas porque não acho que seja uma obra para ler de uma vez, vai-se lendo quando nos lembramos dele e o vemos abandonado na estante. Agora, na faculdade vi-me novamente na posição de ler autores portugueses que andava a angariar coragem para pegar.


Numa das cadeiras do meu curso foi-me pedido para ler Viagens da Minha Terra de Almeida Garret. Perguntei à minha mãe se não teria essa obra por casa. Estava numa estante no sótão e acompanhado deste, muitos outros autores portugueses que já tinham sido referidos inúmeras vezes ao longo do meu percurso escolar e académico. “Quais me recomendas?” Foi com esta questão que apareceram livros com muitos anos de história na minha estante, com páginas amarelas, capas quase ilegíveis e o caraterístico cheiro a mofo. A faculdade não me deixa muito tempo para ler, é por isso que agora, mesmo quando já acabei o semestre, estou ainda a acabar a obra de Almeida Garret por vontade própria e muito gosto. A literatura portuguesa já não é temida por mim, agora tenho vontade devorar todos os livros que, teimosamente, reneguei ler todos estes anos. Posso não ter maturidade para Fernando Pessoa, admito, o trauma deste autor ainda está bem marcado, mas sinto que estou preparada para Eça de Queirós e mais de José Saramago e todos outros que ainda estou por descobrir.


Que livros de autores portugueses tens na tua estante? E quais recomendas a esta ainda iniciante à literatura portuguesa?
Até à próxima!

4 comentários:

  1. Dos que tínhamos de ler no tempo escolar, definitivamente que os lusíadas marcaram-me pela negativa, acho que é um autor português incrível mas não consigo ler as coisas deles, Fernando Pessoa já senti o contrário, adorei. Fora disso adoro o autor Pedro Chagas Freitas, ainda não tenho nenhum livro dele mas emprestaram-me o Prometo Falhar e li e voltava a ler, adoro o tipo de escrita dele. No entanto não tenho tido tempo para ler e tenho divergido para outro tipo de livros.
    Beijinhos,
    Throwalense

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    Respostas
    1. Para mim Luís de Camões e Fernando Pessoa vão para o mesmo saco. Não duvido que são autores extraordinários, mas não consigo mesmo ler as obras. Obrigada por partilhares a tua perspetiva destes livros. :)
      Beijinhos

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